Crônicas sobre o dia da Pátria...


Crônica - A Independência do Brasil nos desfiles cívicos

(Sissa Moroso – 06/09/2023)

Faz muito tempo que o desfile cívico deixou de ser um “desfile militar”. As escolas trazem seu recado de democracia, mostrando que a educação é o melhor espaço para a transformação da sociedade, apresenta a importância da escola pública na vida das pessoas, as entidades e ONGs mostram seu trabalho social e cultural, provando, que existem poucas políticas públicas nesse setor, em muitas cidades, infelizmente, o “grito dos excluídos” está presente no desfile dos movimentos negros, das mulheres militantes e nos sindicatos dos trabalhadores, temos também alguns que desfilam para mostrar o poder, mas estes a gente sabe quem são e para que vieram!

Mas as perguntas que não querem calar: “Será que o público que assiste o desfile, entende os recados dos “pelotões”? Será que as pessoas que estão desfilando, são conscientes do recado que querem repassar? E os políticos presentes, entendem que muitas reclamações são para eles, porque tudo foi prometido em suas campanhas eleitorais ou eleitoreiras?

Será que vamos ver nos desfiles, indígenas e afro-brasileiros, representados ou ser fazendo representar, mas equivocadamente tidos por minorias nesse país racista e preconceituoso?

Nos desfiles, veremos que conhecer a história do Brasil é fundamental para a construção da identidade nacional e para compreendermos nossa atualidade, porque a história nos oferece valiosas lições do passado, ajudando-nos a evitar a repetição de erros e a tomar decisões mais informadas no presente.

A história do Brasil é repleta de momentos marcantes, como o período colonial, a independência, a escravidão, a industrialização e a ditadura militar, que deixaram um impacto profundo na sociedade e na política do país.

Aprender sobre esses eventos nos permite contextualizar as questões contemporâneas, entender as raízes de desigualdades e desafios atuais e, assim, trabalhar para superá-los de maneira mais eficaz.

Além disso, a história do Brasil também nos ajuda a valorizar a diversidade cultural do país, mostrando como diferentes grupos étnicos, religiosos e sociais contribuíram para a construção da nação. Isso promove a tolerância, o respeito e a inclusão, elementos essenciais para uma sociedade harmoniosa e progressista. Portanto, conhecer a história do Brasil é essencial para nossa compreensão do presente e para a construção de um futuro mais justo e equitativo. 

O que você vai fazer no desfile, no dia 7 de setembro? Desfilar apenas ou mostrar sua indignação, assistir e aplaudir? Entender os recados e modificar sua postura como cidadão brasileiro? A resposta está apenas com você, porque cada um faz a sua parte, na melhoria da sociedade brasileira ou não! Mas todos juntos podemos fazer a mudança acontecer nesse gigante país.   




BRAVA GENTE, BRASILEIRA!

                                                                                                  (Sissa Moroso, 06/09/2020)

 

       Nesse ano tão atípico, vamos “comemorar” os 198 anos da Independência do Brasil sem desfile cívico e sem parada militar, recordaremos então do primeiro hino do nosso país. O texto poético foi musicado por Dom Pedro I, que proclamou a independência do Brasil de Portugal às margens do rio Ipiranga, assim diz nosso Hino Nacional e conta a história nos livros.  Mas como “por trás de um grande homem há sempre uma grande  mulher”, na verdade, quem proclamou a independência foi dona Leopoldina, que mandou uma carta para o esposo, avisando que tinha assinado o decreto e ele apenas levantou a espada às margens do rio. Conta alguns historiadores que Pedro não estava muito bem naquele dia, pois, estava com dor de barriga, fato natural a qualquer ser humano, que até um príncipe pode ter.

Já podemos então, ver contente a mãe gentil, porque raiou a liberdade no horizonte. O Brasil foi separado do seu país colonizador, no entanto, o filho do rei se tornou Imperador do Brasil, continuando a comandar o nosso império. Muitas coisas mudaram, algumas continuaram iguais, pois, na política tem sempre os apoiadores e os do contra.
Muitas guerras e combates aconteceram, a escravidão continuou, até que o nosso imperador depois de nove anos, abdicou o trono para seu filho Dom Pedro II, que era menor de idade. O temor servil que era o medo de servir a Portugal parece que venceu nesse momento. A nossa brava gente brasileira, ficou sem entender muita coisa, ou ficar na pátria livre ou fugir para a Europa, foram muitas pressões!

Os grilhões (correntes, algemas) que nos forjava, estava atrelada a outro país, mas com

“jeitinho brasileiro” (perfídia = deslealdade), fomos ardil (usamos de astúcia e sagacidade) e zombamos dos colonizadores, que mataram indígenas e trouxeram os africanos para serem escravos, sendo que os portugueses ainda estavam no país, sendo Senhores de Engenho prendendo os escravos na senzala e comandando o Brasil, mas de mãos atadas.

             Mais de meio século depois aparece outra mulher na história, ela vai assinar a Lei Áurea, que “libertou” os escravos, ou seja, extinguiu a escravidão no país, é a nossa princesa imperial Isabel de Bragança, neta de Dom Pedro I. Onde foram parar os negros escravizados? Conseguiram empregos, tiveram educação na escola e moradia decente? Essa é outra história, muito triste, que durou mais que o tempo do reinado e império juntos.
              E as ímpias falanges que apresentam face hostil? São os militares que faziam parte das tropas brasileiras, que não acreditavam na vitória, por isso a face hostil, mas foram consideradas: “as muralhas do Brasil”. Bravos guerreiros que lutaram nas batalhas, que representam as nossas forças armadas, por isso, até hoje desfilam nas paradas cívicas.

           Após 150 anos da independência, com a proclamação da república, o Brasil já não tinha mais reinado, nem império, passa a ter presidente, senado e assembleia legislativa, aconteceu então o Golpe Militar. As ímpias falanges assumem o governo brasileiro por 21 anos, numa ditadura para muitos e tempos bons para outros. Mas, essa é também outra história de nosso querido país.

           Nossa última estrofe do Hino da Independência parabeniza todos os brasileiros que são corajosos, fortes e vigorosos, ou seja, com garbo varonil. O Brasil passa agora a ser reconhecido entre as nações como um país resplandecente, brilhante perante todo universo.
           Brava gente brasileira, que desde sempre luta por um país melhor, gente que tem empatia pelos sofrimentos alheios, que é solidária nas dificuldades dos outros, que enfrenta um leão por dia, que tenta pescar sua garoupa e agora caçar o lobo-guará e guerreiros que tentam apagar o incêndio da Amazônia!

          Nesses tempos de pandemia, nossos guerreiros são outros personagens, são os profissionais da saúde que estão na frente da batalha, professores fazendo novas metodologias para aprendizagem remota, são os diversos trabalhadores usando a criatividade para manter seu emprego ou sua empresa, enfim, uma brava gente que tenta todos os dias fazer um Brasil melhor para se viver, apesar das contradições e da diversidade de opiniões e fatos.

Comentários

  1. Boa noite professora, meus parabéns a vocês que se esforçam cada dia que passa para transformar o Brasil e se manterem, mas eu também tenho meu serviço na empresa do meu pai, e eu sei como todos pensam que só porque a pessoa tem uma empresa ela é milionária, mas não é bem assim, e também pensam que todos os médicos são ricos e devem salvar o povo brasileiro, mas esse mesmo povo tem um enorme defeito que é pensar somente neles mesmos, eles esquecem que por de trás dos jalecos e aventais dos médicos também há um ser humano que também precisa de cuidados e não ser visto apenas como um rico que cura, eu realmente achei o texto bem interessante, mas me expressei sobre oque eu pensei, obrigado pela atenção

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  2. Grande Sissa! Parabéns pelo excelente trabalho! Sou teu fã! J. C. Zeferino

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