A violência contra as mulheres, a favor do M(achismo)!
O Dia Internacional pela não Violência Contra a Mulher, tem como data para
reflexão o 25 de novembro, essa data teve o reconhecimento oficial pela ONU em
março de 1999. Porém, a data já era lembrada pelo movimento internacional de
mulheres. A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa
Mirabal, assassinadas pelo ditador Trujillo, em 1960, na República Dominicana.
As três irmãs regressavam de Puerto Plata, onde seus maridos se encontravam
presos. Na estrada, elas foram detidas e assassinadas por agentes do governo
militar, que simularam um acidente. A cada dois minutos, cinco mulheres são
espancadas, dez mulheres são mortas por dia. Seis em cada 10 brasileiros
conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica.
No Brasil, com a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) foi uma grande conquistas
das mulheres, principalmente para aquelas que conseguem fazer a denúncia.
A santa que dá nome a nosso Santa Catarina nasceu em Alexandria localizada
na foz do rio Nilo no Egito. Nossa santa veio do continente africano.
Ela era filha de um rei e de uma princesa. A jovem Catarina era bonita e
muito inteligente, tinha conhecimentos teológicos e humanísticos e falava sobre
didática, discutia filosofia, política e religião o que não era nada comum que
uma mulher daquela época. Aos 18 anos sua mãe queria que ela casasse, pois ficara
viúva, mas Catarina não tinha interesse e não demonstrava interesse em se casar.
Se converteu ao cristianismo contra todo uma nação, No século 4 foi acusada de
feitiçaria e foi ordenado que fosse torturada e assassinada em praça pública,
isto era no ano 305 e no dia 25 de novembro homenageamos essa guerreira, que
também sofreu violências por causa do machismo.
A violência contra a mulher é um problema escandaloso em nosso
País. Segundo o Anuário das Mulheres Brasileiras de 2011, o local em que as
mulheres mais sofrem violência é dentro de casa. Xingamentos, agressões verbais,
humilhações e ameaças também fazem parte do cotidiano e em muitos lares avançam
para a agressão física e até morte. É uma combinação entre violência física e
violência psicológica. Infelizmente os dados apontam que as Mulheres negras são
as principais vítimas de homicídios; já as mulheres brancas compõem quase metade
dos casos de lesão corporal e estupro.
Com a pandemia os casos de violência contra as mulheres de todas as etnias
aumentaram consideravelmente, pois, as pesquisas apontam que cerca de 75% das
mulheres assassinadas no primeiro semestre no Brasil são negras, sendo que 50%
foram agressões cometidas por companheiros em casa e estupros. Com o isolamento
social, as mulheres em situação de violência doméstica, confinadas com seus
agressores, não tiveram como acessar os serviços de proteções e canais de
denúncias da violência.
O jornalista, escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, que escreveu textos
polêmicos também para a televisão, disse “Toda mulher “normal” gosta de
apanhar”. Essa frase foi dita a mais de 40 anos, mas ainda impera no meio dos
machistas, assim como ele. Com isso, muitos acham que o homem não gosta de
bater, já a que é a mulher que gosta de apanhar!
Em Siderópolis, o vereador Peninha, criou a lei Nº 2234/2017, que instituiu
no calendário oficial do município o “Dia Laranja”, ou seja, todo dia 25 de
cada mês para ampliar a conscientização e ação pela eliminação da violência
contra as mulheres.
Acredito que esse tema desse ser debatido sempre mesmo e não apenas numa data anual.
Precisamos de mais política públicas sobre o assunto e que os professores levem
essa discussão para a escola, pois temos muitos alunos que ainda carregam esse
m(achismo), que muitas vezes vem de casa. Conforme o educador Danilo Gentili, “A
violência é a resposta de quem não tem razão”. É preciso lutar contra toda forma
de opressão e violência, que deve ser uma luta de toda sociedade, pois, não
queremos apenas igualdade, mas direitos e condições mais dignas para todas as
mulheres.
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