Crônica: É da equidade que precisamos

                                              Crônica: É DA EQUIDADE QUE PRECISAMOS

Procurando os significados no dicionário, encontrei a etimologia das palavras: igualdade que vem de igual e diversidade que significa diverso. São duas palavras que simbolizam o ser humano, que é tão igual e ao mesmo tempo tão diverso. Mas a palavra que deve ser considerada nos dias atuais é a equidade, que engloba a igualdade e a diversidade ao mesmo tempo sem discriminação nem preconceito.

O termo igualdade aparece na constituição federal, escrita a mais de trinta anos, como um princípio dos brasileiros, ou seja, “Todos são iguais perante a lei (...) todos tem direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”, isso está escrito no capítulo cinco. Podemos encontrar ainda na lei, a igualdade: racial, entre sexos, credo religioso, jurisdicional, trabalhista, política e tributária.

A palavra diversidade também aparece na constituição e em outras leis que tratam do tema. Somos um país diverso em etnia, cores, culturas e tantas outras diversidades que também existem em todo mundo.

Há mais de setenta anos, os governantes aprovavam na ONU a Declaração dos Direitos Humanos, que tanto discutiu sobre igualdade e diversidade, como valores essenciais à Humanidade. Mas nos anos sessenta, tivemos o golpe militar que durou como uma ditadura por vinte e um anos, e infelizmente, tudo aquilo que os brasileiros haviam conquistado como direito, fora esquecido.

Foi preciso lutar, ir pra rua pedir “Diretas Já” para conquistar o direito ao voto e consequentemente uma mudança nas leis e nas cabeças de alguns políticos. Sim, a política interfere na vida das pessoas, nos seus direitos de igualdade e respeito à diversidade de ser, de estar e de poder escolher.

Durante nossa constituinte, nos anos oitenta, as entidades e associações puderam contribuir para que a nova lei fosse de fato defensora dos direitos dos brasileiros. Nos anos noventa, os brasileiros foram às ruas pedir o “Impeachment” de III um presidente que foi eleito pelo voto direto do povo.

Conforme a nova lei, o povo vota e o povo tira, mas claro que o voto final foi dos políticos de plantão. No novo século, em 2010 os brasileiros elegem uma mulher para ser a presidente do Brasil e que foi reeleita. Mas, dois anos depois sofreu o Impeachment. E agora, depois de dez anos desse fatídico fato histórico, o povo pensa de novo nessa possibilidade. Uns dizem que é/foi golpe, mas outros afirmam que não é. Vai saber! São tantos segredos da política.

E tem gente que acha que é democracia, tirar os direitos adquiridos e discriminar as pessoas que são diferentes de si. Vivemos tempos difíceis e de pandemia! Essa pequena história do Brasil em algumas linhas, eu trouxe para gente entender melhor as palavras igualdade e diversidade. Primeiramente dizer que o povo pode tudo!

Os políticos são nossos funcionários e devem trabalhar em favor do direito dos brasileiros. Enquanto não entendermos isso, vamos ter que continuar sem direitos iguais ou respeito à diversidade, pois os dois caminham juntos.

 O Brasil é o país da diversidade, pois os indígenas (amarelos) já moravam aqui quando os europeus (brancos) chegaram e que depois trouxeram nos navios negreiros os escravos (negros) e o povo brasileiro foi formado por essas cores, etnias, religiosidade e cultura. Deu-se a miscigenação!

A formação do povo brasileiro que sempre acolheu todas as etnias e ainda acolhe, é diverso! Não somos de “raça pura”, igual queria Hitler. Somos coloridos. A nossa ancestralidade é uma incógnita, pelo menos para os racistas. As mulheres no poder? Isso é igualdade! Mas também é uma conquista. A primeira mulher que teve o direito a voto precisou reivindicar através da lei, isso foi nos anos quarenta no Rio Grande do Norte. No outro ano, tivemos a primeira vereadora no mesmo Estado, a professora Julia Alves Barbosa. E de lá pra cá quanta luta. Uma mulher em Santa Catarina foi à primeira no país a ser deputada estadual, era a professora (negra) Antonieta de Barros! A primeira mulher na Academia Brasileira de Letras foi a escritora Rachel de Queiroz, que escreveu mais de duas mil crônicas. Na Academia Catarinense de Letras, tivemos Maura de Senna Pereira, como uma das sete mulheres a ter uma cadeira, sendo patrona e acadêmica, numa academia com a maioria de homens escritores.

Fizeram a lei onde uma assembleia (vereadores/deputados/senadores) podem ter 30% de pessoas de gênero diferente, mas não diz que 70%, não podem ser de mulheres, precisamos conquistar mais espaço nesse mundinho fechado de homens que fazem a lei, mas que nós mulheres sabemos tão bem interpretar. No ano de 2008 foi aprovada a lei 11.645 que modifica a lei 10639/2003 a qual estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”. Foi necessária essa lei para trabalhar a diversidade na escola, pois muitos professores não trabalhavam esses temas, pois devemos trabalhar com os alunos a história, para que todos conheçam e possam respeitar a diversidade.

Cada um de nós tem a sua bandeira, uns usam a do Brasil, outras agitam as vermelhas, outras abanam as brancas e outras mostram com orgulho as coloridas.

O multiculturalismo de cores deve ser respeitado, na cor da pele e/ou da bandeira que cada um carrega individualmente ou em grupos organizados, reconhecidos ou não. Por todos esses fatores lembrados, acredito que precisamos mesmo é da equidade, palavra nova no dicionário, mas que representa a relação direta entre a igualdade e a diversidade, pois se a igualdade é dar às pessoas as mesmas oportunidades, respeitando a diversidade de cada um, a equidade é justamente adaptar as mesmas oportunidades a todos, reconhecendo as diferenças, nas condições de vida e opção de cada um, considerando que os direitos de todas as pessoas passam pelas diferenças sociais e que deve atender principalmente a igualdade da diversidade.

 

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