Projeto "Sarau Afro-Indígena"
2ª Antologia de Projeto
social - Literário Afro-Indígena - 2025
VIDA ANCESTRAL
(Sissa
Moroso)
Pensando na
família e na nossa ancestralidade,
Lembro-me de meus
cabelos longos e cacheados.
Sempre vem à mente
a valorização da mocidade.
A pele clara, mas
por dentro muitos significados.
Minha infância,
quanta saudades, ao redor do fogão
Meu avô fazia
contação de histórias que dava medo.
Os olhos pequenos
de indígena ficavam sem ação,
O corpo todo
tremendo, querendo dormir mais cedo.
Que tempo bom era aquele, não tinha televisão.
As meninas
brincavam na rua de boneca e cozinha.
Os meninos de futebol,
esconde-esconde e pião.
Minha mãe
tricotava e meu pai fazia quadrinha.
Na escola todos estudavam e eram educados,
A professora era
muito especial e respeitada.
No recreio sempre
tinham muitos namorados,
A diretora
brigava, mas a gente era recatada.
Não havia bullying ou preconceitos raciais.
A diversidade era
presente na comunidade.
Nunca pratiquei
racismo, pois isso é demais,
Não aceitar o
diferente é muita imaturidade.
Quanta mudança com cinquenta anos de vida.
Foram duas décadas
de ditadura e de genocidas.
Quanta coisa
ninguém soube, tudo mal-entendida.
Mudaram a educação,
a cultura e coisas escondidas.
Vivemos numa época onde tudo tinha muita emoção.
Nossa juventude
foi privilegiada e soube aproveitar.
Tinha discoteca,
baile, paquera, passeio e diversão.
Espero que os
jovens atuais saibam viver e esperançar.
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